QUERO TRAGÉDIA, NÃO DRAMA
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terça-feira, 28 de setembro de 2010
agarra-me pelos cabelos
faz renda de bilros comigo
quero ser um bibelot em cima da tv
espojada num naperon
a olhar para ti
absorto
nas legendas que vês
tanto estrangeirismo num parágrafo dá para fingir estar longe daqui
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
habito os meus sonhos
de bibe
e panamá encarnado
o nome torto escrito a caneta de feltro
sempre memorizei as cores dos chapéus de sol
tenho miopia e medo de me perder
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
os dias são longos e nós cada vez estamos mais velhos
qualquer dia morremos.
(escrito num caderno meu aos 6 anos de idade, guardado pela mãe numa gaveta da sala)
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
no liceu
usava o jornal debaixo do braço
queria entender as notícias
gastei semanadas
em papel impresso a preto e branco
com histórias que não entendia
política e afins
ler puramente
fazer o exercício de juntar sílabas
apenas
sou chefe de redacção das minha ideias
tenho dias
terça-feira, 7 de setembro de 2010
tentei várias poses de sono
fetal
direita e esquerda
escachada de umbigo apontando o tecto
e nada
só desligo o interruptor
de barriga virada para baixo
conto até quarenta mil e um
a luz apaga-se
continuo a brincar às escondidas comigo própria
não sei se gosto
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
se houver paraíso
um dia
quando eu morrer
quero um terraço sem vista
e pemitam-me o estrangeirismo
uma chaise-longue
e uma manta
não quero lá mais ninguém
sozinha
acompanhada de todos os livros que não terei tempo para ler em vida
quem disse que a realidade é mais interessante do que a ficção?
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