sou um guardanapo de linho
com as iniciais bordadas a branco
a minha existência é apenas uma textura invisível
que recolhe gordura dos lábios
amacia colos e peitos
desejo de candura e branco
numa santíssima refeição
aristocrático linho
soberano tecido na hierarquia do limpo
sou um acessório na tua mesa
o mais dispendioso dos pormenores
a minha presença notar-se-á no esquecimento
ninguém escreverá a tinta sobre a minha superfície
não sou de papel
LINHO MADE IN LINHÓ