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sábado, 12 de dezembro de 2009

Christiane F.


Ontem assisti à versão cinematográfica alemã de Christiane F. A expectativa era grande, pois este foi um dos livros que mais marcou o início da minha adolescência (a par do erótico Henry&June de Anaïs Nin). Tinha exactamente treze anos (os mesmos da protagonista da estória), quando li Os Filhos da Droga, escrito na primeira pessoa e que neste caso deu origem ao nome do filme.
Aos treze anos fiquei absolutamente fascinada, atraída pelo universo das drogas, embora o medo sempre me tivesse retraído o suficiente para não me deixar avançar. Depois, todo o universo cool que ia das roupas (skinny jeans e blusões) à música, passando por uma postura física de errante criatura, era extremamente atraente.
Quase 20 anos depois, visualizei a estória em filme. Aquilo que a minha imaginação tinha criado com grande beleza (embora o resultado do filme não seja de todo decepcionante), ficou guardado nas memórias da puberdade. Vi no filme Christiane F., uma rapariga como tantas outras que consomem drogas, empoleirada no abismo. Aquilo que o livro me tinha dado de peculiar (a excepcionalidade desta rapariga, diferente de todas as outras), o filme retirou-me com um duro realismo. No filme, Christiane F. é apenas uma miúda drogada, que por sorte conseguiu safar-se. O filme é muito claro. Para quem leu a obra, complementar com o dvd é uma experiência enriquecedora.

4 comentários:

  1. Gosto muito desse livro! O que mais me marcou foi o abrir com a descrição exaustiva da arquitectura dos bairros sociais de Berlim como ponto de partida para tudo que aconteceu às famílias e miúdos do bairro, como aqueles prédios altíssimos com poucos espaços verdes à volta os estrangulava à medida que cresciam.
    Acho que vou ali ler esse bocadinho outra vez!

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  2. Confesso que não me recordo bem das descrições do espaço, lembro-me apenas de uma sensação de betão armado. No filme alemão esse aspecto está muito presente, uma espécie de solidão de cimento.
    Mas vou reler o livro, quero perceber o que vejo agora (quase 20 anos depois).

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  3. Eu devo ter esse livro a dormir nas prateleiras do meu quarto rosa e verde alface. Gostei muito. Marcou a minha adolescência. Como tu marcas a minha maturidade agora (ou a tentativa de a ter). Tens o filme?

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