Apostámos virar a esquina.
As minhas cuecas italianas; os teus óculos escuros.
Metidos na autoestrada onde há máquinas a fazer de portageiros. Sem testemunhas directas. Apenas a gravação de vídeo vigilância.
Não sei quantos quilómetros percorremos à procura dessa meta perpendicular. As minhas cuecas cada vez mais usadas; os teus óculos a reflectir o outro lado da estrada.
Nenhum caminho para dobrar; e a tentação cada vez mais alta. Subimos a parada: a minha roupa íntima completa e os teus óculos escuros mais a caixa onde nunca os guardas.
Na área de serviço encontrámos o mais próximo de ser esquina.
Uma quina modesta impermeável à viatura.
Saímos do carro. E a pé percorremos o paralelo infinito da estradas: várias dentro de outra. A nossa aposta era mais uma troca.
Dobrámos o trilho: miragem de sentido único e beco.
in Trespasse Imóvel
Já pensei, muitas vezes, em escrever sobre a sexualidade de uma mulher. Com 21 anos e ainda sem ser devidamente tocada acho que há uma distância que separa as palavras exactas para descrever a intimidade, e as puramente vagas e ordinárias.
ResponderEliminarA tua é sublime. Parabéns Cláudia.
Grata. Beijos
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