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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

novo ou novíssimo?



Creio que a disparidade etária que marca o reconhecimento de um artista, é típica de uma conjectura contemporânea, onde os prazos de validade existenciais são tão variáveis quanto as arcas frigoríficas de cada um. Ou seja, não há idades marcadas para se ser reconhecido, tanto pode ser aos 30 como aos 60 anos. Nem depende unicamente da qualidade da obra. Define-se como novo, não aquilo que acabou de surgir, mas aquilo que se acaba de reconhecer, o que no fundo não é a mesma coisa. Lá porque nunca vi a mais bela árvore do meu jardim, não significa que ela tenha acabado de nascer e por isso a possa apelidar de nova. Contudo posso designá-la de novíssima, pois aos meus olhos é uma inovação na concepção do jardim. Para além do reconhecimento, falemos também do estilo. Se me puser com muito custo e jeito a plagiar saramagos e antunes, posso ser reconhecida como nova, emergente, mas novíssimo nunca será o meu estilo. Pois, os galhos escritos pelos escritores referidos, são há muito reconhecidos por todos.
Uma geração não é feita pelas datas registadas no bilhete de identidade, as mãos que escrevem no ínicio deste século são agrupadas e guiadas pelo divino melancólico. Acho eu.

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